Treinador Nacional e jogadores sublinham caráter da equipa.
A Seleção Nacional Sub-17 qualificou-se para a final do Europeu da categoria, esta quinta-feira, ao vencer a congénere de Itália, nos penáltis (4-3), após empate (2-2) no final do tempo regulamentar, na Arena Kombëtare, em Tirana. A equipa orientada por Bino Maçães garantiu a Portugal a quarta presença numa final deste escalão, a segunda consecutiva. A final está marcada para domingo, frente à França, que venceu a Bélgica, por 3-2, na outra meia-final.
Bino Maçães, Treinador Nacional em discurso direto:
“É um prémio merecido para a nossa equipa. Principalmente depois de tudo o que eles fizeram: termos estado em desvantagem por duas vezes, conseguir ir atrás do resultado e até ficar mais por cima na parte final, criando uma outra oportunidade para resolver o jogo….é um prémio e dou os parabéns aos meus jogadores. Agora queremos mais. Depois do primeiro grande objetivo, chegámos a esta meia-final e defrontámos a poderosa Itália. Agora estamos na final e não vamos só para desfrutar. Vamos para vencê-la também. “
“Nas grandes penalidades, não sei se acreditam ou não, estive calmíssimo, e não vi os penáltis de nenhum deles. Porque o trabalho que fizeram até ali estar, para mim era suficiente. Sei que ganhar e perder uma meia-final é diferente, mas tudo o que fizeram, quando sabemos que vamos ter também um Mundial pela frente, já era suficiente para me darem garantias de que vamos representar bem Portugal. Também foi um prémio à frieza deles, o Romário também esteve muito bem na baliza. Por todo o trajeto, foi um prémio merecido”
“Primeiro tenho de perceber como os jogadores vão recuperar porque isso vai ser determinante para a qualidade e intensidade da final. Falo dos meus jogadores e dos franceses também. Queremos uma final entre duas grandes equipas - já demonstraram que o são durante este Europeu - , mas considero que temos pouco tempo para recuperar. Penso que vai depender do descanso. A verdade é que tenho alternativas. Como disse sempre aos jogadores, não tenho titulares mesmo que uns tenham jogado mais do que outros. Vamos precisar de todos até ao final. Precisámos para aqui chegar, como podem ver pelo que têm jogado e pela resposta que têm dado todos os que são chamados a ajudar."

Romário Cunha, guarda-redes da Seleção Nacional Sub-17: "É uma sensação incrível"
"Fui na fé. Estudámos alguns adversários, também. Fui na fé e o resto é uma sensação incrível, por poder ajudar a equipa. Estamos prontos para a final e vamos com tudo."
"Tínhamos na cabeça que a Itália ganhava a Portugal, desde 2013. No início, na roda, dissemos que íamos mudar. Acreditámos muito, sofremos muito, e o resto veio por acréscimo. Toda a gente viu, a nossa reação aos dois golos foi incrível. O balneário está incrível, já desde o primeiro jogo, com a Albânia, com o pessoal todo unido, todo ligado, e isso poderá, sinceramente, levar-nos à conquista do Campeonato da Europa."
"Já jogámos contra a França, empatámos, mas fomos superiores, podíamos ter matado o jogo. Vamos encarar este desafio com a pressão da final e podemos prometer aos adeptos portugueses que vamos dar tudo, como temos feito. Este Campeonato da Europa está a ser incrível para nós, estamos a dar uma resposta fenomenal e a final será mais uma prova de que não viemos aqui só para a fase de grupos."

Tomás Soares, avançado da Seleção Nacional Sub-17: "Tento ajudar"
"Tento ajudar a equipa ao máximo, estar sempre concentrado, à espera da minha oportunidade, ativo para, quando entrar, fazer a diferença. Obviamente, não conseguiria fazer a diferença se não fosse pelos meus colegas, que, tal como eu, dão sempre a vida e querem o melhor para Portugal, para a nossa equipa, e é isso que tento fazer."
"Foi um jogo justo. Tivemos várias oportunidades, eles também, o 2-2 foi justo. Podíamos ter feito a diferença, no fim, mas acho que isto é o destino e, se calhar, assim foi ainda melhor."
"Foi, talvez, o pior momento de nervosismo que já vivi [o dos penáltis]. Falhei o primeiro; acontece, o guarda-redes também fez uma boa defesa, mas foi muito nervosismo. Os colegas estavam sempre a puxar-me para cima, a equipa toda e, se não fossem eles, eu e a equipa toda não estávamos bem para bater."
